quinta-feira, 24 de março de 2011

Dona Doceira

Quando conheci a empreendedora Adriana Lira em seu restaurante La Pasta Gialla em um jantar enogastronomico, vi diante de mim uma mulher nova e educada. Ela me explicou todos os detalhes de cada prato que estava sendo servido.Detalhe: todos os ingredientes eram orgânicos. Fiquei maravilhada em saber da sua preocupação com o q chegava a mesa do cliente. Depois deste evento fui reencontrá-la num jantar com umas amigas em comum. Ela sentou-se a mesa e começou a falar de um  projeto que estava a frente a dona doceira. O engraçado é q tinha estado na cidade de Goiás visitando algumas doceiras e estava estarrecida com o esmero e a delicadeza que elas trabalhavam o açúcar. Fiquei super interessada e queria saber mais. Adriana me disse que o objetivo é homenagear e resgatar as receitas  de donas de casa q preparavam seus doces como uma obra de arte. Se você Andar pelas ruas da Cidade de Goiás e perguntar sobre a dona Ana, Dita,  Alice,  Silvia,  Zilda,  Augusta…e tantas outras.Todos vão te responder o quanto estas mulheres foram e são importantes para a historia de Goías.Estas mulheres que usavam seus tachos de cobre no fogão a lenha, suas mãos queimadas e grossas talhavam seus doces  ainda quente para formar uma escultura. Rosas de coco, pastelinhos, limõesinhos, doces de frutos do cerrado, suspiros de araruta, bolos de arroz com garapa e tantos outros quitutes são doces lembranças de um tempo que havia poesia e serenatas que os românticos caminhavam nas ruas de pedras com seus violões e cantorias. Eu fico triste com a falta de  reconhecimento do cerrado não se elaboram políticas públicas, voltadas à conservação de sua biodiversidade, o cerrado perde espaço para a agricultura comercial moderna, de alta produtividade, o crescimento da demanda por produtos agrícolas e o desenvolvimento tecnológico, conjugado por políticas sem compromisso algum com o nosso ecosistema, possibilitaram a ocupação máxima do cerrado. A fronteira agrícola avançou de forma desenfreada ameaçando, sobremaneira, a biodiversidade do bioma A introdução das espécies vegetais exóticas  vem causando um sério desequilíbrio. Voces sabem que tem algumas doceiras que  saem plantando os cocos? Isso é digno de muito amor pela terra e pelo seu trabalho. Adriana convidou a famosa chef de nosso estado a Chris Isaac e o chef Aloísio Godinho nesta parceria e eles trouxeram uma assinatura para a dona doceira. Os doces ganharam cores e formas diferenciadas mas mantendo na integra a receita. Eu degustei as rosas de coco que achei incrível, a textura, o sabor. O requinte e a elegancia das embalagens auto sustentável. O que dizer desta mulher que está trazendo para Goiás a importância de comermos produtos orgânicos que são sadios e faz bem a saúde e depois resgatar a historia das doceiras de Goiás? A coluna Prazeres a mesa, o portal Batelli e este blog destaca a empreendedora Adriana Lira para homenagea-la no dia internacional da mulher por este trabalho maravilhoso resgatando o maravilhoso trabalho das doceiras da Cidade de Goiás.


Um comentário:

Marisa disse...

Os doces artesanais tem sabor de infância, de férias na casa da avó, tem cheiro de mato, é o cheiro da chuva molhando o verde....Delícia!